sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PORTUGAL: - E agora, Zé Povinho, para onde caminhamos? - Toma!

"O Zé Povinho, olha para um lado e para o outro e... fica como sempre... na mesma!"

Zé Povinho
"Homo Lusitanus"


"Mas se ele é paciente, crédulo, submisso, humilde, manso, apático, indiferente, abúlico, céptico, desconfiado, descrente e solitário, também não deixa por isso de nos aparecer, em constante contradição consigo mesmo, simultaneamente capaz de se mostrar incrédulo, revoltado, resmungão, insolente, furioso, sensível, compassivo, arisco, activo, solidário, convivente...


PORTUGAL:
- E agora, Zé Povinho, para onde caminhamos?
- Toma!
   

Paulo M. A. Martins ( * )
                                                                                        Jornalista
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paulo.m.a.martins@gmail.com

( Em Portugal )

- E, agora, Zé Povinho, para onde caminhamos?
- Toma!
- Porquê, um "toma"?
- Desde 12 de Junho de 1875, que vos ando a aturar! Teimosamente, vós caminhais pelos mesmos caminhos que sempre haveis escolhido ou vos foram impostos!
Confesso, já estou saturado de vos aturar!
Mais. De vestir esta indumentária, também. Fazendo-me passar pelo que não sou nem nunca fui.
Recuso-me, peremptoriamente, a ficar sempre... na mesma!
Basta!
É tempo de ganharem juízo! Não, não vos acompanho mais!
Não!, Não! e Não!
Não sou, nem quero ser mais, o Zé Povinho!
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Eis, um diálogo possível, que poderia ter sido travado com o Zé Povinho!
Isto, para dizer o quê?
Há quase três décadas, apesar de uma carreira profissional de sucesso, resolvi parar e passar a fazer o que realmente sempre gostei! Não o que outros (ditos mais "iluminados"?...) pretendessem que eu fizesse!
Assumi-me, de corpo e alma, e parti para a luta!
Hoje, confesso, vivi a vida!
A minha vida!
Não a que os outros me queriam impor!
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Pedro Santana Lopes e Durão Barroso


Pedro Santana Lopes,
o "eterno Presidente" de qualquer coisa...

Vem isto, a propósito das notícias vindas a público que nos revelam a possibilidade de Pedro Santana Lopes vir ocupar o lugar de Provedor da SCML - Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, depois de, segundo ter revelado, já ter recusado outros convites!...
E urge questionar:
- Quem é Pedro Santana Lopes e o que o faz correr?
De certo modo, um homem bem falante, um bom vivant, que só quer estar aonde não está! Um coleccionador de cargos e títulos...
Não importa com quem, pois o importante, é mais o estar do que o ser! Desde que seja "Presidente" de qualquer coisa...
Quem, durante muito tempo, queria ser candidato a Presidente da República, e já quase lhe vestia a pele... Subitamente, com a "fuga" de Durão Barroso para a União Europeia, acabou por se quedar por Primeiro-Ministro!
Nem foi necessário submeter-se ao voto dos Portugueses. Da indigitação à tomada de posse, tudo foi rápido, sobre rodas!...
E, pouco tempo depois, foi tudo o que se assistiu...
Todavia, ficou-nos a promessa, ainda por cumprir, de que um dia haveria de esclarecer o Povo, quanto aos fundamentos que levaram o então Presidente da República, Jorge Sampaio, a demiti-lo e a convocar eleições antecipadas...
Com a eleição de José Sócrates, que lhe sucedeu, vamos encontrá-lo, depois, não como presidente, mas, isso sim, como assessor jurídico da Petrogal... Situação que o tem mantido fora, ausente dos holofotes da ribalta política, embora, por vezes, tenha tentado dar um arzinho da sua "graça"...
Quem, com alguma paciência, não muita, se decidir a analisar e a avaliar os seus percursos, numa perspectiva qualitativa, a que conclusões pode chegar?...
Cada um, que pense por si!
Mas, uma coisa, é certa!
Estamos perante um fisiologista do Sistema Político-Partidário português que tem por necessidade, imperativa, estar sempre na crista da onda, no centro das atenções! Embora, nem sempre, por lá se lá tenha mantido por muito tempo...
A confirmar-se, será que o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, irá determinar que, na SCML, se passe a designar por Conselho de Administração, liderado por um presidente, em vez de manter a actual designação de Provedor?...
Ambições desmedidas, a quanto obrigas!...
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Mário Soares

Mário Soares: Eterno e potencial candidato a SENADOR...

Mário Soares acusa o governo português
de destruir o Estado com privatizações
                              
                               “Com tais medidas, não se trata de tirar gorduras ao estado mas de o
destruir, quando mais precisamos
dele”, escreveu Mário Soares.

Com a devida vénia, dadas as relevantes declarações produzidas por Mário Soares, permito-me transcrever, na íntegra, a notícia veiculado pelo "Portugal Digital":
"Lisboa - O ex-presidente de Portugal, Mário Soares, um dos fundadores do Partido Socialista, acusa o governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, do Partido Social Democrata (PSD), de estar a destruir o Estado.

Num artigo publicado nesta quinta-feira (11) na revista Visão, Soares acusa o governo de estar a arruinar o património nacional por "tuta e meia". O ex-presidente da República e ex-primeiro-ministro diz que o governo está a querer fazer privatizações “a qualquer preço, arruinando o património nacional, sem contrapartidas sólidas”.

A este propósito, refere como "péssimo" exemplo a privatização do Banco Português de Negócios (BPN) e qualifica de "erro colossal" as previstas privatizações de grandes empresas públicas do país como a Águas de Portugal, os CTT (Correios), a TAP (aviação) e a REN (Rede Eléctrica Nacional).

“Com tais medidas, não se trata de tirar gorduras ao estado mas de o destruir, quando mais precisamos dele”, escreve Mário Soares.“E para quê?”, questiona. “Para serem vendidas por tuta e meia a empresas estrangeiras, e sendo algumas delas, curiosamente estatizadas”, afirma.

“Sabemos que são precisos cortes, austeridade, e muito dinheiro para pagar os juros dos empréstimos. Mas com bom senso e sentido patriótico de coesão nacional”, opina. “O mais grave é que não nos resta dinheiro para investir” e, assim, Portugal enfrenta uma situação de recessão sem “qualquer horizonte de esperança”.

Mas, diz Soares, a salvação está nas mãos da Europa. A União Europeia, com o alargamento da crise a outros países, "está a acordar para as suas responsabilidades". Se acordarem, então a situação portuguesa "poderá resolver-se por si".
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1. Pessoalmente, não me repugna nada subscrever as declarações produzidas por Mário Soares, excepto quando, no seu último parágrafo, se refere à União Europeia.
O pensamento de Mário Soares ainda permanece intacto, como no tempo da assinatura do "Constat d'Accord", em 1985. Não evoluiu!
A admissão de Portugal na CEE - Comunidade Económica Europeia, traduz o testemunho da solidariedade política para com um país saído de uma ditadura de quase meio século. Esta, sim, é a razão de fundo de Portugal ser hoje um País-membro da União Europeia.
Não podemos esperar que a "onda" da crise, que se estendeu a outros países, passe sem que tomemos as decisões de fundo que, aliás, desde há muito, se nos colocam e nos tornaram um País adiado. É um imperativo de identidade e de independência nacional, onde o futuro, cada vez mais, está hipotecado...
Quer se queira, quer não, de uma vez por todas, há que tomar consciência de que a União Europeia não é uma qualquer "santa casa de misericórdia".
Parece-me, isso sim, que Mário Soares, dado o seu traquejo político, deveria avançar com sugestões mais concretas e válidas para que se contornem e resolvam os graves problemas que dominam a normal progressão e desenvolvimento da União Europeia!
O vulgar de Lineu, toda a gente sabe!
A União Europeia está doente, muito doente, mas não, ainda, moribunda!...
2. As privatizações em Portugal não se fizeram na hora certa! Divagou-se muito e, como tal, agora surge-nos o preço das indefinições e dos atrasos registados. Da ausência de decisão em tempo útil!
Mais. Agora, são os nossos credores de nos impõem o calendário, agravado com a forte crise europeia e internacional, que se alastra.
Mas ninguém pede contas aos sucessivos governos e governantes e políticos, responsabilizando-os pelos avultados prejuízos milionários que estão a provocar e têm provocado na economia nacional.
É um crime de lesa-pátria! Ninguém é responsável  por nada!...
O governo da Nação, liderado por Pedro Passos Coelho, está ainda em início de mandato e, humanamente, não se lhe pode exigir mais.
Para além do muito que está a fazer, acode aos incêndios e tapa os buracos (as crateras) deixados por José Sócrates e a sua desgovernação, com o seu "iluminado" governo de seis anos, de má memória. Também, os deputados da Assembleia da República parecem não se dar conta da gravidade da situação política, económica e social que Portugal atravessa...
Enquanto tudo isto, o Presidente da República, Professor Aníbal Cavaco Silva, exceptuando os seus "recadinhos" de circunstância, passou e continua a passar indiferente, por entre os pingos da chuva, como se, de facto, estivesse noutra galáxia...
Assim sendo, de uma vez por todas, há que tomar consciência de que a SOLUÇÃO dos nossos problemas, passa, em primeiro lugar, quer se queira quer não, por NÓS PRÓPRIOS!
Criticar por criticar, para não estar calado, ou porque se gostem de ouvir, falar em alienação delapidação do património nacional, só por si, não basta! É insuficiente!
É preciso ir mais além! Muito mais além!
3. Mário Soares, por muito respeito que nos possa merecer, volta não volta, aparece-nos com algumas declarações públicas ou escritos na Comunicação Social, mais parecendo querer afirmar-se como "Reserva da Nação"...
Ou será, que, no fundo do seu íntimo, é a sua grande e indisfarçável apetência em se promover a SENADOR DA NAÇÃO, para, então sim, encerrar a sua carreira política?
Pela minha parte, tudo bem!
Mas, primeiro, há que se proceder à Revisão Constitucional, orientada nesse objectivo!
E porque não?
Reduzindo o número de DEPUTADOS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA a metade e criando o SENADO DA REPÚBLICA, composto por 10 SENADORES. Quem sabe, se não seria uma considerável poupança?...
Até porque, no Palácio de São Bento, já existem instalações para acomodar o SENADO DA REPÚBLICA!
Só isto, porque estamos em período de AUSTERIDADE!...

Lisboa (Portugal), 12.08.2011

Paulo M. A. Martins

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(*) Jornalista Luso-brasileiro, radicado em Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil

2 comentários:

  1. Meu caro amigo:

    Interessantíssimo artigo este seu, principalmente por nos ter recordado a imortal figura de R. Bordallo Pinheiro. o "Zé Povinho"!

    Diria, quanto a este, que o mesmo tem um grande fôlego e lá vai resistindo, a tudo e a todos, tanto quanto me parece por ter também uma grande paciência...

    De Santana Lopes não é bom falar, mas só alguém algo transtornado o iria convidar para Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ... Que diabo, acho que como secretário de Estado do Turismo até era capaz de fazer um razoável lugar... e nada mais digo.

    Mário Soares perdeu mais uma vez uma boa oportunidade para estar calado, como se ele não tivesse nada a ver com as privatizações (estas e as anteriores), desde logo quando assinou a adesão de Portugal à então CEE, em cujo Tratado já constava a liberdade de mercado...

    Esquece as causas da atual situação, mormente que foi o partido dele (PS), quem, principalmente, conduziu o país à beira da bancarrota, por ter duplicado a despesa pública e o desemprego desde 2005 a 2011 e ter feito mais PPP's do que todos os anteriores governos juntos, PPP's essas que dizem os entendidos nos endividam pelo menos até 2040!

    Mário Soares esquece também que as privatizações foram praticamente quase todas impostas pela 'Troica' para pagarmos as dívidas do Estado?

    Conclusão: por favor Mário Soares, o senhor, a sua Fundação e o seu gabinete de ex-PR já nos levam do erário público muito dinheiro... ou será que um dia vai devolver ao Estado alguma das suas muitas "benesses" para não termos de privatizar mais nada?

    Um grande abraço amigo.

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  2. Estimado Amigo

    Nem o Zé Povinho já consegue aturar este País, desgovernado por essa cambada de abutres.

    Saudações amigas.

    João Massapina

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Caríssimas(os),
Minhas (Meus) Boas (Bons) Amigas(os),

Antes de mais, queiram aceitar as minhas afectuosas saudações.

Uma nova postagem está à vossa disposição em e, como tal,faço chegar ao vosso conhecimento, podendo, inclusive, desde já, se assim o entenderem, para além da leitura, produzir os vossos comentários.

Bem Hajam!

Paulo M. A. Martins