segunda-feira, 29 de agosto de 2011

PORTUGAL - Políticos e Governantes "RASCAS" ignoraram geração "rasca" e, agora, estão à "rasca"!...,


PORTUGAL
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Políticos e Governantes "RASCAS" ignoraram geração "rasca" e, agora, estão à "rasca"!...

Paulo M. A. Martins ( * )
Jornalista
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paulo.m.a.martins@gmail.com


( Em Portugal )


Provavelmente, esta será já a minha última crónica produzida durante a minha permanência em Portugal, assim como, se mantém a dúvida se alguma vez mais, voltarei a pisar o território nacional...
Familiares mais chegados, insurgem-se quando eu afirmo: "É a última vez que volto a Portugal!"
Mas, a vida continua!
Vai continuar!
Assim, Deus o permita e me proteja!
Boa Sorte!


1. Hoje, segunda-feira, 29 de Agosto de 2011, quando muitos e muitos portugueses já estão de regresso aos seus afazeres profissionais, a retornar ao trabalho, enquanto outros ainda partem para férias, veio à minha memória as palavras de um causídico (advogado) brasileiro quando, recentemente, em entrevista concedida, perante as câmaras de uma cadeia de Televisão, afirmou que os criminosos "têm o seu código de ética!". Seguindo essa lógica, que considero, liminarmente irracional, absurda e inaceitável, por analogia, permitir-me-ia acrescentar: e o seu Código Deontológico, também...

2. Como habitualmente, logo pela manhã, liguei o meu Note Book, para dar atenção aos jornais diários da imprensa portuguesa, através da Revista de Imprensa, talvez por deformação profissional, passei-os a "pente fino". Não só os títulos, como também o desenvolvimento de algumas notícias.
Nessa ronda, tal como, quando estou no Brasil, voltei a experimentar sentimentos de revolta e de mal-estar, mas não de incomodado.

Não renunciarás à tua liberdade de expressão e de opinião

3. Notícia dominante durante o passado fim de semana, foi a revelação feita pelo jornal semanário "EXPRESSO". Ficamos  a saber que o SIED - Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, no período compreendido entre Julho e Agosto de 2010, andou a investigar (espiar) o telemóvel do jornalista Nuno Simas, actualmente director adjunto de informação da Lusa, “com o objectivo de descobrir as eventuais fontes do jornalista”. Tudo isto, porque era ele quem, no jornal "Público", escrevia sobre este serviço do Estado.


SIED - Serviço de Informações Estratégicas de Defesa

Sem registo oficial interno e utilizando 'alguém' no interior da operadora Optimus, o director operacional do SIED - Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Jorge Silva Carvalho, terá assim obtido ilegalmente a lista de telefonemas e "sms" feitos pelo jornalista, operação a que foi dado o código "Lista de Compras".
Ao tomar conhecimento dos factos revelados pelo semanário "Expresso", o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, ordenou ao secretário-geral do SIRP, com a maior celeridade e profundidade, a abertura de um inquérito sobre a alegada espionagem ao ex-jornalista do Público, Nuno Simas, que considera de "grande gravidade".

Também, o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, determinou a abertura imediata de um inquérito ao caso da alegada espionagem ao jornalista pelos Serviços de Informações.

Hoje, segunda-feira, o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, reuniu-se com o secretário-geral do SIRP, a quem pediu "a maior celeridade e profundidade" no inquérito à alegada espionagem ao ex-jornalista do Público.


SJ repudia espionagem a jornalista
do "Público" e exige averiguação urgente

Em comunicado divulgado no passado sábado, o SJ - Sindicato dos Jornalistas, sublinha que os factos relatados, para além de ilegais, resultam de uma lei que, o próprio SJ, sempre contestou junto da Assembleia da República e do próprio Presidente da República e cuja alteração continua a pedir aos grupos parlamentares e ao Governo.
Em causa está a polémica lei sobre conservação de dados de telecomunicações (Lei 32/2008, de 17 de Julho), que obriga ao registo sistemático de dados como: a origem, destino e localização de chamadas telefónicas e mensagens (texto e multimédia) e que, ao permitir a sua transmissão a autoridades judiciais e, mais grave, entidades policiais, ameaça a garantia constitucional do sigilo profissional dos jornalistas.
No caso vertente, a situação é tanto mais grave quanto se verifica que a própria lei foi violada, já que o SIED não consta das entidades passíveis de aceder a esses dados, não houve intervenção judicial e o Sindicato dos Jornalistas não foi consultado para o efeito, como determinam o Estatuto do Jornalista e o Código de Processo Penal.
Neste contexto, também, o SJ - Sindicato dos Jornalistas,  repudia com veemência e exige a cabal investigação da gravíssima violação de direitos do jornalista Nuno Simas, revelada na edição de hoje do semanário “Expresso”, segundo o qual uma listagem das suas comunicações telefónicas, efectuadas no período de Julho a Agosto de 2010, foi fornecida pela operadora Optimus ao SIED.
Assim sendo, o SJ - Sindicato dos Jornalistas repudia o sucedido e vai pedir ao Procurador-Geral da República e à Comissão de Fiscalização dos Serviços de Informações da República da AR uma investigação urgente dos factos.
Eis, portanto, os contornos factuais, de uma "bola de neve" que vai crescendo, crescendo...


 
4. A título pessoal, seja-me permitido, não poderia deixar de prestar o meu testemunho.
Infelizmente, também, não sou nem fui excepção à "regra" que, agora, parece ter os seus tentáculos mais longos e profundos e tende a "institucionalizar-se", depois que foi extinta, a famigerada PIDE - Polícia Internacional e de Defesa do Estado, de tão má memória, na sequência dos acontecimentos do histórico dia 25.Abril.1974, também, designado por "Revolução dos  Cravos", que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e devolveu a LIBERDADE ao Povo Português.
Antes e depois do dia da libertação, conheci as faces dos dois regimes: o  ditatorial fascista e o democrático.
Por incrível que possa parecer, foi já no regime democrático que viria a experimentar as maiores dificuldades persecutórias, que culminaram, na vigência do Governo do Primeiro-Ministro, José Sócrates, com a "limpeza total" de um dos meus blogues, pela supressão de mais de 50 artigos de opinião, bem como a inserção de comentários atentatórios ao meu bom nome, pessoal e profissional.
No anterior regime, quando exercia as funções de repórter na Rádio Peninsular, em Lisboa, no programa "O repórter da noite, informa...", transmitido diariamente às 06:30 horas, cheguei a ser impedido de editar matérias relativas às atrocidades da PIDE, nas quais, à porta do Banco de Urgência do Hospital de São José, em Lisboa, as vítimas, portadoras de ferimentos graves prestavam-se a ser entrevistadas e, corajosamente, prestavam os seus depoimentos, relatando os motivos e a forma como haviam sido agredidos, traiçoeiramente, pela calada da noite...
Mas, foi através de uma denúncia, de um colega da imprensa escrita, que conseguiram travar, suspender toda minha actividade, inclusive, barrando o meu acesso ao Hospital de São José...
Fui silenciado!
Hoje, mais do que ontem, dada a evolução da tecnologia e não só, os seus processos aprimoraram-se e refinaram-se e, como tal, a "perseguição" e os processos persecutórios são mais intensivos, mais duros.

Alberto João Jardim
Presidente da Região Autónoma da Madeira

5. Se dúvidas houvesse, além das intervenções do Sindicato dos Jornalistas, para não falar dos sucessivos casos que têm passado pelos Tribunais, de iniciativa governamental e não só,  a título de exemplo, bastaria determo-nos nas sucessivas queixas apresentadas pelos meus distintos Colegas em serviço na Região Autónoma da Madeira e respectivos Órgãos de Comunicação Social, tendo como protagonista, desde há vários anos, o próprio presidente, Dr. Alberto João Jardim, algumas ainda em apreciação na Entidade Reguladora para a Comunicação Social e, inclusive, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, assim como na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação da Assembleia da República.
Para concluir, diria ainda que, de facto, OS JORNALISTAS, não só em Portugal como além fronteiras, por esse mundo fora, tornaram-se muito "incómodos", sobretudo, os que se dedicam ao JORNALISMO de investigação, daí os movimentos persecutórios que lhes são movidos, sobretudo, por Governantes e Políticos.
Mas, o que incomoda muita gente, infelizmente, é a luta que lhes é movida no sentido de se procurar saber as suas fontes reais de informação e, a partir daí, a tentativa, sistemática, da sua desacreditação e descredibilização junto da opinião pública, estabelecendo a confusão, sobretudo, no que concerne à segurança e preservação das fontes de informação.
O Jornalismo, tal como em outras profissões, é, deveria ou deverá ser exercido na óptica do sacerdócio!
Um Padre, um sacerdote, no seguimento de uma confissão, não revela a ninguém o que o pecador, o fiel, lhe transmitiu, antes entrega para o Altíssimo, para Deus, tudo o que ouviu e, seguindo a sua inspiração, lhe determina, consoante a maior ou menor gravidade dos seus pecados, a penitência que se traduz em orações.
Também, o Jornalista deve usar todos os meios ao seu alcance, inclusive, com o risco da sua própria vida, não revelar, proteger, preservar e salvaguardar o sigilo, o segredo, que envolve a informação que lhe é transmitida, inspirando, dessa forma, a confiança e a segurança às suas fontes de informação.
Quando é o próprio Estado e ou os seus agentes a quererem "furar", ultrapassar, muitas das vezes, para fins inconfessáveis, as regras básicas constitucionalmente consagradas na Carta Magna, então sim, podemos considerar que esse País está a saque!
É o vale tudo!
E, Portugal já está a saque?
Pelo menos, as tentações totalitárias ainda persistem, sempre persistiram, na mente de muita gente com responsabilidades políticas!
E o resultado, embora não sendo exaustivo, está bem à vista!
Aguardemos!

Lisboa (Portugal), 29.08.2011

Paulo M. A. Martins
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(*) Jornalista Luso-brasileiro, radicado em Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Momentos de reflexão... (VIII) - PORTUGAL: Limite do défice na Constituição, "teoricamente muito estranho"...




Presidente da República de Portugal,
Professor Aníbal Cavaco Silva
PORTUGAL: Limite do défice na Constituição, "teoricamente muito estranho"...


Paulo M. A. Martins ( * )
Jornalista
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paulo.m.a.martins@gmail.com


( Em Portugal )



Angela Merkel e Nicolas Sarkozy

1. Pretende-se, agora, pelas vozes de Angela Merkel e  Nicolas Sarkozy, respectivamente, Presidentes da  República Federal Alemã e da França, que os Países-Membros façam inscrever nas respectivas Constituições Políticas o seu limite de défice.

A voz do Presidente da República Portuguesa, Professor Aníbal Cavaco Silva, logo se vez ouvir e sentir, ao afirmar que estava claramente contra a ideia saída da Cimeira, enquanto o Governo e o Partido Socialista ainda se mantém discretos.

2. Efectivamente, foi com um "teoricamente muito estranho", que o Presidente da República, Professor Aníbal Cavaco Silva, decidiu assumir, corajosa e publicamente, a sua oposição frontal à proposta de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy.
  



"teoricamente muito estranho"


Segundo o Presidente da República, "constitucionalizar uma variável endógena como o défice orçamental - isto é, uma variável não directamente controlada pelas autoridades - é teoricamente muito estranho", e "reflecte uma enorme desconfiança dos decisores políticos em relação à sua própria capacidade de conduzir políticas orçamentais correctas".

Extrapolando esta questão para outros domínios, se esta ideia vier a ser aprovada e institucionalizada no seio da União Europeia, equivalerá a dizer que os cidadãos europeus, incluindo os portugueses, na sequência da adopção desta medida, provavelmente, passarão, também, para além de outros dados pessoais, a ver registado nos respectivos Bilhetes de Identidade o seu limite de endividamento individual.

Desde já, poder-se-á afirmar que, seguramente, com a adopção destas medidas, fica, definitivamente, aberto o caminho para a institucionalização do Federalismo na Europa!

Melhor dizendo, verificar-se-á a capitulação definitiva do Poder Político ao Poder Económico, inclusive, alargando, por arrastamento, a sua influência a Países-Membros que não estão, nunca estiveram, de acordo com o Federalismo Europeu, como tem sido o caso de Portugal.

3. Olhando para trás, podemos constatar que, esta iniciativa, desde há muito, era, contrariamente à vontade do ex-Primeiro-Ministro, José Sócrates, defendida, veemente e entusiasticamente, pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, pelo que, para a sua viabilização, bastaria um acordo entre o Partido Socialista e o Partido Social Democrata.

Todavia, importa não perder de vista que, se o Partido Socialista de José Sócrates sempre foi frontalmente contra esta ideia, sendo certo que o agravar da crise da zona euro irá, certamente, reabrir o debate entre os socialistas portugueses e os seus congéneres europeus.

Enquanto isto, José Luis Rodríguez Zapatero, Primeiro-Ministro socialista espanhol, com eleições marcadas para breve, já disse que sim, enquanto os socialistas franceses estão a vacilar.

Na tentativa de ultrapassar esta dificuldade, Nicolas Sarkozy,  deu para a troca a taxa Tobin, também conhecida por taxa Robin dos Bosques, que prevê lançar um imposto sobre todas as transacções financeiras, pelo que, se os socialistas franceses, se recusarem a assumir o limite do défice inscrito na Constituição, poderão ser acusados de contribuir para o afundamento da França na crise do euro, mesmo em vésperas de eleições presidenciais, o que poderá ser prejudicial para os objectivos de Sarkozy.

Em Portugal, o ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, foi o pioneiro, entre os socialistas, na defesa da introdução dos limites do défice na Constituição, uma luta que travou duramente contra o então Primeiro-Ministro, José Sócrates, e, mais do que nunca, acredita agora num "consenso" entre "os principais partidos", com representatividade na Assembleia da República.

Muito satisfeito com os resultados obtidos no decorrer da recente Cimeira franco-alemã, considera, agora, que "seria uma tragédia para Portugal se fosse obrigado a sair do euro. Fiquei muito satisfeito com o facto do senhor Sarkozy e da senhora Merkel se terem entendido sobre o governo económico da Europa".

Luís Amado, considera que não existe outra saída que não seja aceitar as exigências e contrapartidas de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy: "Ou queremos ficar no euro e aceitamos as regras que nos são propostas - para não dizer impostas - no quadro da situação tão frágil que temos ou, então, temos que seguir outro caminho".

Noutra óptica, se o CDS - Centro Democrático Social sempre foi favorável à institucionalização do Federalismo europeu, também, agora, se manifesta a favor  da inscrição do limite do défice na Constituição. Por outro lado, o PSD dividia-se: Eduardo Catroga e Nogueira Leite, dois dos habituais porta-vozes do partido em Finanças, defendiam a ideia.

Agora, surpreendentemente, surge-nos o Presidente da República, Professor Aníbal Cavaco Silva, com a autoridade e a notoriedade que lhe assiste, como professor e autor de livros neste domínio, a manifestar publicamente a sua oposição frontal às ideias de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, sustentando, ser "teoricamente muito estranho"!...


UE - União Europeia

                                                       € Euro

4. Chegados a este ponto, afigura-se-me expender algumas considerações, tais como:

4.1. Portugal, ainda, recentemente, saiu de um processo eleitoral que conduziu à eleição de uma nova Assembleia da República e à formação de um novo Governo, em coligação com o CDS - Centro Democrático Social,  liderado pelo Presidente do Partido Social Democrata, Dr. Pedro Passos Coelho.

4.2. É facilmente constatável, agravado pela actual conjuntura económica mundial e europeia, que o poder está a ser transferido dos países ditos desenvolvidos para o Sul e para o Leste e na Europa os países estão a perder poder para a Alemanha, liderada por Angela Merkel, actual Presidente, que no próximo ano vai disputar eleições.

Agora, com maior facilidade, é entendível o que Angela Merkel está a pretender fazer e alcançar. Com o tempo, a própria legislação da UE vai-se alterar para dar mais poder à Alemanha, que está em condições de conseguir algo que nunca conseguiu pela guerra, nem com Kaiser nem o com Adolfo Hitler, e agora está a fazê-lo pela via económica. Isso, significa uma alteração brutal no campo estratégico...

Luís Amado e José Sócrates

Luís Amado, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo do então Primeiro-Ministro, José Sócrates, sustenta que, ao apoiar a inscrição do défice na Constituição, "Sempre entendi que, depois da Alemanha ter adoptado esta regra, em Junho de 2009, estava a dar um sinal aos aliados europeus e aos mercados de que cuidava da sua dívida, que ia poupar as futuras gerações de dívida excessiva, o endividamento excessivo e que, inevitavelmente, uma regra do mesmo tipo seria exigida aos Estados-Membros", consubstanciado no facto de, recentemente, "o senhor Sarkozy e a senhora Merkel se terem entendido sobre o governo económico da Europa".

4.3. Governo económico da Europa...

Quando já se utiliza, publicamente, este tipo de argumentação, não resta a menor dúvida de que o Poder Político claudicou, entregou-se definitivamente, ao Poder Económico ou, pelo menos, é o que, agora, se pretende valorizar mais!

5. Obviamente, não tenho a veleidade de pretender esgotar este assunto que só, agora, mal começou... Mas, é meu objectivo dar o meu contributo para que se inicie a sua discussão, se possível pública e com a cobertura da Comunicação Social, em ordem a melhor se poder entender e avaliar, nas linhas e entre-linhas, o que se pretende esconder, empurrando, no futuro, os cidadãos europeus para um beco sem saída...

Por agora, mal sabemos como está a começar e, muito menos, conseguimos descortinar a sua trajectória e a sua conclusão!

Mas, importa que se diga, ainda, não esquecemos, não conseguimos esquecer o que e como foi o Holocausto, o desmoronar do Muro de Berlim e a queda do Império Soviético. Assim como, estamos cientes da presença de países da então "cortina de ferro", no seio da União Europeia!

Também, não ignoramos a influência e as pressões que alguns países da União Europeia exercem para que seja institucionalizado o Federalismo...

E a identidade nacional?
E a independência nacional?
E a solidariedade nacional?
Para onde e por onde caminhamos?

O grito de alerta do Presidente da República, Professor Aníbal Cavaco Silva, apesar de se encontrar no seu período de férias, foi muito pertinente e oportuno! Notável!

Mas o silêncio que se faz sentir em torno desta questão começa a ser preocupante. Muito preocupante!...

Também, a União Europeia está, cada vez mais, vazia de ideias, de iniciativas e de liderança, sobretudo, quando os seus líderes pretendem desviar, como desviam grosseiramente, as atenções para questões marginais e pontuais, enquanto os grandes problemas se avolumam e se agravam...


Lisboa (Portugal), 24.08.2011

Paulo M. A. Martins
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(*) Jornalista Luso-brasileiro, radicado em Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil


Professor Aníbal Cavaco Silva

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Momentos de Reflexão... (VII) PORTUGAL: UM EDIFÍCIO A DESMORONAR-SE LENTAMENTE...

PORTUGAL: UM EDIFÍCIO A DESMORONAR-SE LENTAMENTE...



Paulo M. A. Martins ( * )
Jornalista
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paulo.m.a.martins@gmail.com


( Em Portugal )


Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho 


Ao longo dos últimos dias, sobretudo, após a entrada em funções do actual Governo da Nação, os Portugueses têm vindo a ser "bombardeados" com as notícias mais contundentes sobre a actual situação política, económica e social: um verdadeiro caos!

Todavia, importa, desde já, deixar claro que, pretender-se, agora, apontar o dedo, acusando o actual Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, pela situação em que Portugal se encontra, afigura-se de uma injustiça colossal...

Tanto mais, porque o actual Governo, praticamente, nem chegou a beneficiar do chamado "período de graça", primeiros 90 dias de governação, dados os múltiplos problemas que, desde logo, se abateram sobre ele.

Sejamos claros, transparentes e, sobretudo, honestos!
 
Estamos, isso sim, a sofrer as consequências de anteriores (des)governos. Todavia, pelo que nos é dado observar, ninguém, mas ninguém, até hoje, a começar pelo Presidente da República, Professor Aníbal Cavaco Silva, se dignou chamar à responsabilidade os anteriores responsáveis pela grave crise instalada em Portugal e agravada pela actual conjuntura europeia e internacional.


 José Sócrates, ex-Primeiro-Ministro

Depois das loucuras governativas e das denúncias que correram nos Órgãos de Comunicação Social sobre o comportamento do anterior Primeiro-Ministro, José Sócrates, derrotado nas últimas Eleições Legislativas, e o seu (des)Governo, que medidas foram adoptadas para o esclarecimento total da verdade?

Inclusive, nem uma resposta concreta e definitiva sobre a sua (hipotética) licenciatura em "Engenharia", largamente desmentida publicamente por alguns entendidos na matéria...

Depois, são as denúncias que lhe são atribuídas sobre supostos envolvimentos em "negócios" de corrupção, ainda anteriores à sua entrada em funções como Primeiro-Ministro... Enfim, um imenso rosário, infindável, de situações, que se estenderam ao longo dos últimos seis anos... E, para cúmulo, o (des)governo que conduziu Portugal à actual situação de grave crise...

Será que ninguém, num País, de dez milhões de habitantes, se apercebeu do que se passava e passou. Estava tudo a dormir ou embriagado?


Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro

Por onde anda ou andou o Dr. Fernando José Pinto Monteiro, jurista e magistrado, 10º. Procurador-Geral da República Portuguesa, desde 9 de Outubro de 2006, a quem já apelidaram, chamaram de "encobridor-mór", agora, remetido a um silêncio sepulcral?...

Para quê?

Estará a criar condições objectivas para reconduzido nas suas actuais funções?...

O Povo quer saber!

Não o povo que faz parte integrante desse imenso "banquete", de onde nem uma migalha de pão cai da mesa para o chão, que dura há anos consecutivos e se alastra até à Assembleia da República, passando por outros Órgãos de Soberania e não só...


Pedro Santana Lopes

2. Assim como, o Povo quer saber!, como é possível o cidadão Pedro Santana Lopes ser sondado para o cargo de Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, propondo-se desempenhar o cargo sem qualquer remuneração, alegando que já recebe aposentações do Estado?

Mas, sobre as mordomias inerentes ao cargo, tais como viatura e motorista às ordens, assim como de utilização de cartão de crédito e não só, nem se referiu!

Hoje, a Comunicação Social, dá-nos conta de que o Governo (o actual) não gostou de ver essas notícias espalhadas, por se ter tratado, apenas, de uma sondagem...

Será?...

Perdoem-me, não haverá por aí demasiada hipocrisia?...

Quem sondou quem?

Como e por quem, as notícias foram vertidas para a opinião pública?

Só o facto de ver confirmado que houve uma sondagem prévia, já é o suficiente para se aquilatar da capacidade moral e intelectual de quem teve essa ideia "luminosa" e se lembrou de dar esse passo!

Falamos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, num País onde já se sente a fome em muitos lares e o recurso de muitos pobres e desprotegidos ao Banco Alimentar, às instituições de benemerência e, sobretudo, à esmola à porta das igrejas e pelas ruas se fazem sentir...

Será que ninguém, por insensível e distante das duras realidades que se vivem em Portugal, se apercebe destas tristes e miseráveis situações de carências?

Afinal, que Portugal, que Portugueses, são estes, os do século XXI?

Os das transferências multimilionárias os para "offshores" e paraísos fiscais?...

Por isso e não só, o POVO quer saber!


Edifício-sede da CGD - Caixa Geral de Depósitos (Lisboa)


3. Assim como, o POVO, também, quer saber sobre a alienação de bens patrimoniais imobiliários e não só, que algumas Empresas do Estado têm feito, e, como hoje, nos foi noticiado, a própria Caixa Geral de Depósitos, depois de ter "enterrado" milhões e milhões de € euros na sua nova sede (matriz), está a preparar-se para fazer a alienação de considerável parte dos bens imóveis...

Que gestores são estes que administram as Instituições como se de uma "mercearia de bairro de lata" (favela) se tratasse...

Onde reside o conceito de responsabilidade civil e criminal?...

Quem averigua tudo isso?

POR ISSO E NÃO SÓ, O POVO QUER SABER!

4. O Tribunal de Contas determinou que as contas e respectivos resultados dos Hospitais, assim com os gastos com a Saúde fossem divulgados publicamente!

Porquê, só agora?

Mas, até hoje, ninguém divulga, publicamente, os montantes dos depósitos obrigatórios do Sistema Bancário, relativos a cada Banco, no Banco de Portugal!


Sede do Banco de Portugal (Lisboa)

Estão a ser cumpridas as quotas obrigatórias?

No passado, mensalmente, o Banco de Portugal determinava o 'plafond' limite do crédito a conceder por cada Banco.

Hoje, como se está a processar?

A transparência é real e efectiva?

Bandeira nacional de Portugal

5. O POVO, MAIS DO QUE NUNCA, EXIGE, QUER SABER!

Senhor Primeiro-Ministro,
Dr. Pedro Passos Coelho,

Não por sua culpa, directa e objectiva, mas por força da herança que lhe foi transmitida, concluamos e concordemos que Portugal é, hoje, um edifício que se está a desmoronar lentamente!...

Concordemos, também, que são muitos os "parasitas" que gravitam à sua volta e pretendem integrar o seu Governo, ao nível das Instituições, assim como, são muitos os instalados, comodamente, que não deixarão de "boicotar" todo o trabalho, na perspectiva do "Cada vez pior, melhor!"

Os eternos sanguessugas que minam a Liberdade e a Democracia deste Portugal à beira-mar plantado!

Bom seria, para bem de Portugal e dos Portugueses, que se mantivesse atento e, sobretudo, rodeado de profissionais, de pessoas competentes, sérias, honestas e transparentes de intenções!

O tempo que passa não está propício, não é propício, para se continuar a ouvir do canto das sereias e das cigarras!

É, isso sim, tempo de tocar a reunir e a unir "formiguinhas"!


Lisboa (Portugal), 19.08.2011

Paulo M. A. Martins
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(*) Jornalista Luso-brasileiro, radicado em Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil