quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Momentos de Reflexão... (XV) - Nunca, tão poucos foram tantos!... De Cannes ao Brasil, com passagem por Portugal

Momentos de Reflexão... (XV)


Nunca, tão poucos foram tantos!...
De Cannes ao Brasil, com passagem por Portugal



Paulo M. A. Martins (*)
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paulo.m.a.martins@gmail.com
http://paulomamartins.blogsopt.com


(Em Portugal)



Não sou, não fui, nem serei apoiante e ou seguidor de "pessoas", enquanto "pessoas físicas" e ou "pessoas jurídicas", sejam elas quais forem, muito menos de políticos, governantes, gestores, sejam eles públicos ou privados, e não só, independentemente das minhas convicções políticas, religiosas, etc.

Sempre gostei e gosto de manter equidistância, transparência, frontalidade, isenção e independência.

Nos meus escritos, a par de, crónicas e reflexões, sempre privilegiei e privilegio os princípios consagrados na Carta Magna dos Direitos Humanos.

De igual forma, sempre procurei e procuro transmitir a toda a "verdade possível" que nem sempre é compatível ou coincidente com a "verdade desejável", devido a factos que, no momento da sua abordagem e subsequentes, me ultrapassam.

Muito menos, persigo interesses e obtenção de promoções, mordomias e ou benesses, sejam elas a que título forem, em ordem a defender e ou promover o meu interesse pessoal, simulando, para o efeito, "alvos" que não sejam os implícitos e explícitos evidenciados, com isenção, transparência, frontalidade e objectividade ao longo dos textos e das mensagens que pretendo divulgar e divulgo, assumindo, como tal, toda a responsabilidade ética, moral e material.

Mas, que fique claro, não sou, nunca me afirmei, em circunstância alguma, nem me afirmo, como sendo o dono e senhor de toda a verdade! Tanto mais, porque, quer se queira quer não, entendo que, no seu estágio inicial, a verdade é quase sempre relativa, tudo dependendo do lado, do motivo e do interesse que nos é mostrada. Daí, a diferença entre a verdade possível e a verdade desejável, que muitas vezes se contradizem, inclusive, no plano jurídico.

Mas, a verdade é só uma: A VERDADE! Nada mais!

Ao longo de toda a minha carreira como jornalista, quer em Portugal quer no estrangeiro, particularmente no Brasil, sempre tenho aconselhado e aconselho, sobretudo, os jovens estagiários de jornalismo, que tudo se pode dizer e escrever, mas a questão de fundo reside, fundamentalmente, na forma e no estilo em que é dito e escrito, tanto mais, porque nem sempre as fontes, que nos facultam a informação, se disponibilizam para colaborar, sobretudo, quando, deliberadamente, optam por fazer obstrução e se opõem à sua divulgação.

Mas, um princípio sagrado que sempre me acompanhou e acompanha, ao longo de toda a minha carreira, permanece incólume: a não divulgação das minhas fontes de informação, mesmo quando na presença de um JUÍZ de DIREITO!

É um direito que me assiste: inalienável e indeclinável!

Só a mim, a mais ninguém, cabe defender e preservar, mesmo, até às últimas consequências, a inviolabilidade da fonte!

Sou, sempre me afirmei e afirmo, como um homem singular de profundas convicções!

Lisboa, 03.Novembro.2011

                                                       Paulo M. A. Martins


* * * * *


1. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Comissão da União Europeia, Durão Barroso, participaram numa reunião, convocada de emergência, em Cannes, com os líderes das instituições europeias, do FMI, da Alemanha e França, com a Grécia para pressionar o governo do país no sentido de uma rápida implementação do acordo de resgate financeiro a Atenas, acordado na passada semana.

Entretanto, o Primeiro-Ministro grego, George Papandreou, já havia anunciado, na segunda-feira, a realização de um referendo sobre o acordo a que os 17 países da Zona Euro chegaram na passada semana e que reduz em cerca de um terço a dívida grega.

No final, a chanceler alemã disse ainda, no seu tom habitualmente grave, que o encontro do Primeiro-Ministro grego, Georges Papandreou, com os responsáveis europeus e com os dirigentes do FMI, foi "duro" e difícil".

Sem pretender entrar em grandes delongas, agora, não se entende muito bem toda esta "pressão", tanto mais, porque a UE - União Europeia NÃO é, quer se queira quer não, uma Federação de Estados, mas, isso sim, um conjunto de Estados-membros que prosseguem interesses cada vez mais divergentes e que não fomentam a unidade e a convergência de interesses no seu seio.

Na realidade, nessa imensidão territorial, que é a União Europeia, nunca tão poucos, qualitativa e quantitativamente, foram tão incompetentes, oportunistas e obtusos para chegarem a conclusões definitivas. Em abono da verdade, ou não sabem ou não querem saber. O que importa, isso sim, é olhar para o seu "umbigo", mas sabem invocar solidariedade...

Mesmo não sendo uma Federação de Estados, o eixo franco-alemão prepara-se, paulatinamente, para exercer uma hegemonia férrea sobre os restantes países. Com ou sem a Grécia!

No fundo, uma vez que insistentemente se apregoa que estamos e vivemos numa democracia comunitária, mais do que nunca, por imperativos do exercício da Liberdade e da Democracia, há que, segundo o seu Presidente, George Papandreou, dar a voz ao Povo, deixar que ele se pronuncie, através de referendo, e, sobretudo, respeitar a vontade soberana do Povo Grego. É aí que, em primeira instância, residem os direitos de soberania e de cidadania!


O G20 mais não é, mais não passa, de uma nuvem negra, embora passageira, que aparece ciclicamente e ao qual os governos se curvam em termos de subserviência e se subordinam cegamente, esquecendo-se do Povo, verdadeira e autêntica razão da sua existência...

Mas, esta novela, promete continuar, enquanto o tempo se esvai e a Europa necessita urgentemente de novas lideranças, porque as actuais, desde há muito, já esgotaram o seu tempo de "antena" , mais parecendo uma autêntica e verdadeira cacofonia

A voz do Povo é a voz de Deus!
2. Não oferece dúvidas a quem quer que seja que Portugal está a atravessar a sua maior crise económica, financeira e social de todos os tempos, ombreando com alguns dos seus parceiros da UE - União Europeia, no seguimento da persistente grave crise que se instalou na Europa e, em grande parte, atravessa o mundo.

Na realidade, queiram desculpar a insistência, em Portugal, depois de um passado recente muito sombrio, tenebroso, resultante dos sucessivos desvios e desvarios imprimidos ao desenvolvimento, conduzidos pelo então Primeiro-Ministro, José Sócrates, e não só, cujas repercussões conduziram ao "pântano" em que dramática e perigosamente nos encontramos, enquanto se "passeia", melhor dizendo, "estuda filosofia"  e, segundo os ecos que nos chegam através da Comunicação Social, "oferece" almoços e jantares a diplomatas da UE - União Europeia, na Cidade Luz, em Paris (França).

Ou será que se encontra em "trânsito", a aguardar o momento mais oportuno para poder zarpar até um qualquer "paraíso" algures no mundo, deixando para trás, fugindo às irresponsabilidades políticas, morais e materiais dos seus actos governativos e do seu governo, perante a imobilidade e ou o aguardar da prescrição dos processos em curso pela Justiça?

Talvez o Procurador-Geral de Justiça, Pinto Monteiro, a quem muito boa gente apelida de "encobridor-mór", possa explicar melhor. Tanto mais, porque, nos últimos tempos, tem-se remetido para um silêncio sepulcral...

Até quando esta novela bem portuguesa e à portuguesa?...

3. Enquanto isto, com a crise instalada para durar, sem que se vislumbre uma luz ao fundo do túnel, dadas as surpresas que nos chegam todos os dias, os incansáveis militantes e irrealistas da "esquerda folclórica" portuguesa ( PCP - Partido Comunista Português, BE - Bloco de Esquerda, "Os Verdes") não se cansam de mobilizar tudo e todos para as "habituais" manifestações de rua que se avizinham...


O PS - Partido Socialista, através da voz e do voluntarismo do seu novo líder, António José Seguro, além de se associar às iniciativas em marcha, mais parece querer, como se nada tivesse acontecido, passar uma esponja sobre a anterior governação PS / José Sócrates.

Por outro lado, também, a CGTP-IN e a UGT, agora, de braços dados, em espírito e acção de unidade,  assumem-se como verdadeiras correias de transmissão dos referidos partidos políticos nesta luta sem tréguas dando azo à sua irresponsabilidade do QUANTO PIOR, MELHOR!

Mas, curiosamente, nesta luta cega e obstinada, com excepção do PS - Partido Socialista, nenhuma das restantes forças político-partidárias se assume e reivindica a vontade de conquista do PODER, já, anteriormente, evidenciada em anteriores eleições legislativas, sendo que é essa a VOCAÇÃO NATURAL do combate político!

Então, o que pretende a "ESQUERDA FOLCLÓRICA PORTUGUESA"?

Obviamente, só pode ser a continuidade por um lugar ao sol na Assembleia da República, com todas as mordomias e benesses, para continuar a "parasitar", abusiva e escandalosamente, à custa do POVO PORTUGUÊS, mas produzir algo de útil para PORTUGAL e para a NAÇÃO, nem pensar!...

Desestabilizar e conspirar, isso sim, é a palavra de ordem que se ouve por toda a parte, particularmente, desde que o PCP - Partido Comunista Português e o PREC - Processo Revolucionário em Curso, na segunda metade dos anos "70 e princípios dos anos 80", foram apeados e rejeitados, definitivamente, do PODER pelo POVO PORTUGUÊS nas urnas em sucessivas eleições livres e democráticas!

4. Na decorrência do último fim de semana, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, levaram a diplomacia económica lusa na bagagem em duas passagens-relâmpago pelo Brasil.
O Presidente da República, Professor Aníbal Cavaco Silva, no decorrer de um jantar onde foi homenageado, em São Paulo, afirmou no Brasil que, apesar de Portugal viver "horas difíceis", existem empresas portuguesas com "extraordinárias histórias de sucesso" que merecem "a atenção e o interesse dos empresários brasileiros".
Também, a Presidente da República do Brasil, Dilma Rousseff, se reuniu com o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, no Palácio do Planalto, em Brasília, para debater uma "parceria estratégica" entre os dois países. O Primeiro-Ministro disse que espera investimentos brasileiros na recuperação da economia portuguesa.

Em jeito de "task force", assim vai a diplomacia económica portuguesa e o Mundo!



Lisboa, 03.11.2011

Paulo M. A. Martins


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(*) Jornalista luso-brasileiro, radicado em Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil e membro do Conselho Geral da Fundação Aristides de Sousa Mendes (Portugal).

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